A coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD), formada pelo PSD e CDS-PP e liderada por Luís Montenegro, saiu vitoriosa nas eleições legislativas deste domingo (18) em Portugal, conquistando 86 cadeiras na Assembleia da República.
O PS, de centro-esquerda, e o partido Chega, de direita, aparecem empatados na segunda colocação, com 58 cadeiras cada. O resultado representa uma queda expressiva para o PS, que perdeu 19 assentos em relação à eleição anterior, enquanto o Chega ganhou 10 novos representantes.
Ainda faltam ser apurados os votos dos círculos da Europa e fora da Europa, que definem 4 cadeiras para os portugueses residentes no exterior.
A eleição também confirmou o encolhimento dos partidos mais à esquerda. O Bloco de Esquerda caiu para apenas uma cadeira. A coligação CDU, que une o PCP e os Verdes, ficou com 3 assentos. O PAN manteve apenas uma representante. Já o partido Livre, de Rui Tavares, teve um pequeno avanço e chegou a 6 deputados.
A Iniciativa Liberal, com perfil liberal-conservador, passou de 8 para 9 cadeiras.
Com 230 deputados eleitos para mandatos de quatro anos, a nova legislatura será marcada por fragmentação. A AD, mesmo em eventual aliança com a IL, não alcança maioria absoluta e precisará negociar apoio pontual para aprovar projetos importantes no Parlamento.
Outro destaque do pleito foi o aumento na participação popular. Mesmo sem voto obrigatório, 64,38% dos eleitores compareceram às urnas, número superior ao de 2024 (59,84%).
Além das disputas partidárias, a imigração esteve no centro do debate. O crescimento do número de estrangeiros em território português reacendeu discussões sobre as regras de entrada e permanência no país. Em 2024, Portugal bateu recorde com mais de 1,5 milhão de imigrantes regularizados. Desse total, os brasileiros representaram mais de um terço das contribuições para a Previdência Social.
A tendência agora é de mais exigências e fiscalizações, mesmo entre partidos que, até pouco tempo atrás, tinham uma abordagem mais receptiva ao tema.