Se você pensa em viver ou buscar cidadania em algum país europeu, é bom ficar atento. Itália, Reino Unido e Portugal anunciaram medidas recentes que complicam o caminho de imigrantes, especialmente brasileiros. As mudanças envolvem regras mais rígidas para vistos, residência e naturalização, afetando quem já está nesses países e quem ainda sonha em se mudar.
Na Itália, as novas regras já começaram a valer. Agora, apenas filhos e netos de italianos nascidos no país poderão solicitar a cidadania. Antes, bastava comprovar um antepassado italiano nascido depois de 1861. Com o novo decreto, esse direito se limita a duas gerações, o que tira da lista milhões de brasileiros descendentes. E não para por aí. Quem já nasceu fora da Itália vai precisar provar que mantém laços reais com o país. Isso inclui votar, renovar documentos ou pagar impostos ao menos uma vez a cada 25 anos. Quem não cumprir essas exigências, perde o direito à nacionalidade. O processo também deixará de ser feito nos consulados. Vai tudo passar por um novo escritório central em Roma, o que deve atrasar e burocratizar ainda mais os pedidos.
No Reino Unido, as mudanças são igualmente duras. A nova política migratória quer atrair apenas profissionais altamente qualificados. O tempo mínimo de residência para pedir cidadania dobrou, passando de cinco para dez anos. As regras para estudantes internacionais também ficaram mais rígidas. Universidades terão que seguir critérios mais exigentes para patrocinar vistos e os formados só poderão ficar no país por até 18 meses após o fim dos cursos. Além disso, o governo britânico acabou com a contratação de cuidadores estrangeiros e apertou as regras para dependentes de imigrantes, o que afeta famílias inteiras.
Portugal, que por muito tempo foi uma das portas mais abertas da Europa para brasileiros, também está revendo sua postura. O governo já anunciou que pretende aumentar o tempo necessário de residência para se obter a nacionalidade, passando dos atuais cinco para dez anos. A medida ainda está em fase de estudo e será discutida no Parlamento após as eleições legislativas, mas a sinalização é clara: o país quer tornar o acesso à cidadania mais restrito. Além disso, foi divulgado que cerca de 18 mil imigrantes em situação irregular serão notificados para deixar o país, por não cumprirem os critérios de residência exigidos pela agência portuguesa responsável pela imigração.
Essas decisões mostram uma tendência cada vez mais forte entre os países europeus: limitar a imigração legal e tornar a cidadania um privilégio mais difícil de alcançar. A justificativa comum é a de preservar os vínculos culturais e garantir que apenas pessoas com laços reais e contribuição econômica significativa possam fazer parte da população.
Para quem planeja viver fora, essas mudanças exigem mais do que vontade. Agora é preciso estratégia, preparação e conhecimento das novas regras. Entender o cenário atual e se adaptar ao que cada país exige é fundamental para evitar frustrações no caminho da imigração. A boa notícia é que, mesmo com mais barreiras, ainda é possível alcançar esse objetivo. Mas o tempo e o planejamento certo passaram a ser mais importantes do que nunca.