Mesmo sem ter pais, avós ou bisavós portugueses, ainda é possível obter a cidadania portuguesa por outros caminhos legais. Portugal oferece alternativas para quem não possui laços sanguíneos diretos, como naturalização por casamento, tempo de residência, união estável, e até por laços históricos com o país.
Uma das formas mais comuns é por casamento com cidadão português. Se você for casado com uma pessoa portuguesa há pelo menos três anos, já pode solicitar a naturalização. É necessário comprovar o casamento com certidão e, em alguns casos, apresentar prova de ligação efetiva com a comunidade portuguesa, como domínio do idioma ou viagens frequentes ao país. Em uniões estáveis, o processo também é possível, mas costuma ser mais rigoroso, exigindo mais provas da convivência e da estabilidade da relação.
Outro caminho é a residência legal em Portugal. Estrangeiros que vivem no país de forma regular e contínua por cinco anos podem pedir a cidadania. Isso se aplica a trabalhadores, estudantes, refugiados ou aposentados. O processo exige documentação que comprove o tempo de permanência, bom comportamento, domínio da língua portuguesa e ausência de antecedentes criminais.
Existe também a possibilidade de cidadania para filhos menores de estrangeiros nascidos em Portugal, desde que um dos pais tenha residência legal no país há pelo menos um ano. Nesse caso, o reconhecimento é mais direto, pois envolve o nascimento em território português e o vínculo de residência dos pais.
Além disso, descendentes de judeus sefarditas, grupo expulso de Portugal no século XV, continuam tendo direito à cidadania. É necessário comprovar ligação histórica com essa comunidade, o que pode ser feito por meio de sobrenomes, documentos históricos ou reconhecimento por comunidades judaicas portuguesas. Essa via, porém, vem sofrendo alterações recentes e pode ser descontinuada.
Portanto, mesmo que você não tenha ascendência portuguesa, ainda há caminhos viáveis. Portugal é um dos países europeus mais abertos nesse sentido, facilitando o acesso à cidadania para quem realmente constrói uma relação duradoura com o país, seja por amor, moradia ou vínculo cultural.