Sim, a cidadania para netos de europeus ainda é válida, e em muitos casos, é uma das formas mais utilizadas por brasileiros para conseguir o reconhecimento da nacionalidade estrangeira. No entanto, as regras variam de país para país, e é importante entender os critérios específicos de cada legislação para saber se você tem ou não direito.
No caso de Portugal, os netos de portugueses têm direito à cidadania desde que comprovem a ligação com o avô ou avó português e apresentem documentos completos que formem a linha genealógica. Desde a atualização da Lei da Nacionalidade, não é mais exigido que o pai ou mãe do requerente também tenha a cidadania portuguesa reconhecida. Isso facilitou muito o processo para netos. Além da documentação, é necessário provar conhecimento básico da língua portuguesa e não ter antecedentes criminais.
Na Itália, a regra é ainda mais flexível. A cidadania italiana por descendência não tem limite de gerações, ou seja, netos, bisnetos e até trinetos podem solicitar, desde que consigam montar a linha de descendência até o antepassado italiano e não haja interrupções na transmissão da cidadania. Não há exigência de falar italiano, morar no país ou passar por entrevistas. O maior desafio costuma ser a documentação e o tempo de espera nos consulados.
Já na Espanha, a cidadania para netos é possível por meio da Lei da Memória Democrática, que está em vigor por tempo limitado. Ela permite que netos de espanhóis façam o pedido diretamente, mesmo se o pai ou mãe não tiverem feito o reconhecimento antes. O processo pode ser feito via consulado espanhol e exige comprovação da descendência e ausência de antecedentes penais.
Outros países, como Alemanha e França, são mais restritivos. Em geral, não reconhecem o direito à cidadania apenas pelo fato de ser neto, a não ser que o pai ou mãe já tenha feito o reconhecimento e passado a cidadania adiante. Nestes casos, o caminho mais comum é por naturalização após residência.
Em resumo, a cidadania para netos continua válida em Portugal, Itália e Espanha, com regras próprias. Se você tem avós europeus, vale a pena reunir os documentos e verificar qual país oferece o caminho mais acessível.