Ter a cidadania portuguesa não significa automaticamente que você terá que pagar impostos em Portugal. O que define a obrigação tributária não é a cidadania, mas sim a residência fiscal. Ou seja, você só passa a ser obrigado a declarar e pagar impostos em Portugal se morar no país ou tiver rendimentos de fontes portuguesas.
Um brasileiro que obtém a cidadania portuguesa mas continua vivendo no Brasil, por exemplo, não é considerado residente fiscal em Portugal, e por isso, não precisa pagar impostos lá. No entanto, se essa pessoa decidir se mudar para Portugal e morar mais de 183 dias no país em um período de 12 meses, ela se torna automaticamente residente fiscal e, a partir daí, passa a ter obrigações com o fisco português.
Vale lembrar que Portugal tem um sistema fiscal próprio e que todo cidadão que se torna residente no país deve ter um NIF (Número de Identificação Fiscal). Esse número é o equivalente ao CPF no Brasil e é necessário para quase tudo, desde abrir conta bancária até assinar contratos e declarar imposto de renda.
Além disso, quem vive em Portugal pode ser beneficiado por regimes especiais, como o Regime de Residente Não Habitual (RNH), que oferece isenções ou taxas reduzidas de impostos para estrangeiros ou cidadãos portugueses que retornam ao país. Esse regime vale por 10 anos e é bastante vantajoso para aposentados e profissionais liberais qualificados.
Outro ponto importante é que Portugal e Brasil têm um acordo para evitar a bitributação, o que significa que, na maioria dos casos, o imposto pago em um dos países pode ser compensado no outro. Isso evita que você pague duas vezes pelo mesmo rendimento, desde que declare corretamente e informe suas fontes de renda.
Em resumo: você só paga impostos em Portugal se viver lá ou tiver rendimentos de origem portuguesa. Ter apenas a cidadania, sem residência nem vínculo econômico no país, não gera obrigação de pagamento. Por isso, muitos brasileiros optam por tirar a cidadania portuguesa sem necessariamente se mudarem para Portugal.